Demorei 5 meses para ter coragem de escrever essas palavras, afinal são 5 meses de separação da minha filhinha Letícia.
Quando decidimos ter um filho, estamos preparados para muitas mudanças, mas nem de longe estamos preparados para a perda desse filho. Perder um filho é ter sonhos destruídos, é aprender a conviver com a dor de não ter esse bebê nos braços. Um buraco enorme no peito, um vazio, uma dor que não pode ser maior que o amor. O amor sempre tem que vencer. Essa é nossa luta diária, não deixar a dor nos derrotar.
Desde o primeiro exame morfológico a médica nos informou que havia uma malformação no cérebro de nosso bebê e ausência do osso nasal, isso poderia ser sinal de que nosso bebê teria algum tipo de síndrome, mas com 3 meses fica difícil um diagnóstico. Foi um choque muito grande receber essa notícia diante da minha primeira gravidez. Eu e meu marido pedimos muito a Deus que ele fizesse um milagre na vida de nosso bebê. Tivemos que esperar até os 5 meses, até o segundo exame morfológico, para ter mais informações, e infelizmente outras características foram encontradas, a única boa notícia foi saber que nosso bebê era uma menina, e tínhamos decidido chamá-la de Letícia. Saímos de lá sem chão, com a sensação de que Deus não nos ouviu. Segundo os médicos poderíamos perde-la ainda na gestação, ou assim que ela nascesse, as chances de sobreviver eram mínimas.
Minha filhinha ficou comigo até 38 semanas de gestação, apesar de saber das estatísticas, como ela estava se desenvolvendo bem, acreditávamos que ela nasceria com vida. Cuidei dela com todo amor e carinho, fiz ensaio gestante, chá de bebê.
Então um certo dia não me senti muito bem, e achei melhor ir para o hospital. Acho que foi meu coração de mãe. Chegando lá não encontraram mais os batimentos da minha filhinha. Tive que passar por um parto normal induzido, não estava preparada nem para perde-la, nem para um parto normal, mas tive que enfrentar. Passei por todas as dores sem a realização de ter minha filhinha viva nos braços.
A mãe quer seu filho de qualquer jeito, tenha ele alguma malformação ou não, eu só queria segura-la, olhar no seu rostinho com vida.
Tem sido um processo muito difícil, de muita dor.
Meu marido é um grande companheiro, sem ele eu não teria sobrevivido. Tenho buscado viver meu luto, acreditando em um futuro feliz. Tenho feito o meu melhor para aprender a conviver com essa dor e não deixá-la me derrotar, porque meu marido merece o meu melhor.
Meu conforto é acreditar que um dia vamos reencontrar nossa filha, e até lá nos nossos corações ela estará.
Letícia, nós te amamos filha!
Passei por essa dor tbm no quinto mês de gestação grávida de gêmeas Helena e Heloisa e infelizmente teve uma transfusão feto-fetal e a minha pequena Helena tinha anencefalia e na transfusão todo o sangue e nutrientes ia apenas para Helena a minha PRINCESA com anencefalia não é fácil o luto passei pelo parto normal induzido vi ela tão linda mas voltei pra casa com os braços vazios tenho 2 filhos já a Minha mais velha uma princesa de 14 anos e meu príncipe de 10 anos mas nada tira essa dor pois perder 1 filho é a pior dor
Obrigada pelas palavras de carinho.
Um super abraço. Você disse bem, a mãe quer o filho com vida, independente de como ele for.
Quando passei pela perda, várias pessoas disseram “melhor assim, já pensou se vêem com problema?”, Primeiro que minha bb era saudável, servindo que naquele momento pouco importava, vc não quer perder, sentir a pior dor do mundo.
As pessoas tem que se calar mais.
Como você disse Ou, o que nos confortar é a certeza do nosso reencontro..!
*Ju
Juliana, sinto muito pela perda da sua Letícia. Realmente não estamos preparadas para essa separação física dos nossos filhos. Também perdi meu filho há 80 dias por má formações cardíaca, e não tem 1 hora do meu dia que eu não penso no meu Mateus. Mais temos que viver um dia de cada vez e nos reinventando.
Sinta meu abraço Juliana e para seu companheiro tb. Leticia anjo amado, grande missão na terra.