A internet é uma grande teia, de coisas bonitas e feias, que geralmente se encontram, que conecta as pessoas que nunca teriam qualquer conexão. Graças à internet, eu conheci uma tribo de amigos online que me ajudaram a sobreviver quando meu filho morreu.
Meu filho morreu em dezembro de 2009. Na época, o Facebook e outras mídias sociais já existiam, mas não eram muito difundidos, e a maioria das conexões online eram feitas via blogs. O mundo dos blogs estava repleto de pessoas de todos os estilos de vida e, para ser honesta, ainda era um tabu falar sobre os sentimentos quando um bebê morre.
A menos que você estivesse conversando com outras pessoas que também tiveram que passar pela morte de seus bebês, e a realidade é que a internet trouxe mais dessas mães para o meu mundo com apenas alguns cliques. Quando eu não queria nem me levantar de manhã, eu podia ler as palavras de uma outra mãe que estava compartilhando dos mesmos pensamentos e sentimentos.
Quando eu sentia que as pessoas da minha “vida real”, que eu não conseguia me relacionar porque eles não tinham passado por tanto tempo de infertilidade e depois pela perda, eu tinha nas pontas dos dedos uma comunidade inteira de mulheres que tinham trilhado o mesmo caminho.
Enquanto alguns temiam que eu estivesse me “retirando”, o que eles não perceberam era que eu estava sendo preenchida novamente como um ser humano, uma mãe; inspirada por mulheres que viveram a mesma vida que eu e que não estavam somente sobrevivendo, mas florescendo.
Este bando de mães desajustadas sabiam do embaraço em responder a pergunta, “Quando é sua DPP?”, quando você ainda tinha sua barriga de pós-parto e nenhum bebê para mostrar. Elas sabiam como era o sentimento da sua família acreditar que você passou tempo demais em luto e precisa “seguir em frente”, e nós compartilhamos o nosso dia-a-dia depois da perda com comentários de aceitação e encorajamento umas às outras.
E quando as pessoas comentam o quanto é estranho me encontrar com pessoas online por todo o país, eu só rio um pouco e penso comigo mesma como meus amigos online se tornaram mais próximos a mim do que a maioria dos meus “amigos reais” e conhecidos porque eles me entendiam.
E isto é tudo, eles simplesmente me entendiam.
E porque eles entendiam, eles sabiam quando eu estava tendo um dia ruim, e que isto não significava que eu precisava do hospital psiquiátrico mais próximo. Isto significava que eu era uma mãe normal que estava em luto pelo seu filho morto. Eles sabiam que se acontecesse de eu ter um dia bom, isto não significava uma cura milagrosa do luto e que o céu escuro tinha se limpado; era a vida processando simplesmente, como ela sempre faz – com altos e baixos ao longo do caminho.
A força desta irmandade solidária neste devastador momento da morte infantil é tão poderosa que um grupo de mães se juntou e criou uma linda comunidade que nunca havia existido antes. Em 2012, minha linda amiga online Francesca me contou sobre uma revista online que ela estava criando em honra e memória de sua filha Jenna e me perguntou se eu queria fazer parte disto. Como parte deste grupo, a Still Standing Magazine se formou. Uma comunidade que não existia quando eu perdi meu filho estava de repente ali – de braços abertos para cada mãe com o coração dilacerado depois de mim.
Depois de quase dois anos de fundada, eu assumi como proprietária e editora-chefe, e nossa pequena comunidade cresceu para o que é agora, 100.000 pessoas. Embora eu tenha me afastado da posição de proprietária e editora-chefe porque este tipo de trabalho é muito pesado para uma alma só, eu ainda sou a gerente de edição e me sinto maravilhada diariamente quando leio sobre as histórias de tantos pais e mães fortes e heróis.
Eles chegam até nós procurando por uma comunidade, consolo, aceitação e conforto, e nós damos isto e mais um pouco para eles.
Ainda, quando eu penso sobre a magnitude da Still Standing, e como isto pavimenta o caminho para tantas outras publicações e histórias agora corajosamente compartilhadas, eu me lembro voltando aqueles primeiros dias do meu luto quando meu punhado de amigos de blog que levantávamos uns aos outros e puxávamos uns aos outros através da lama e do horror que nós vivíamos sem nossos filhos.
Sim, isto pode parecer bobo, que um grupo de pessoas estranhas se comunicando online através de blogs em diferentes partes do mundo são hoje meus melhores amigos, especialmente porque nos preocupamos cada vez mais com as conexões cara a cara nesta era da tecnologia. Eu estou aqui para dizer para vocês, embora eu aposte que aquelas mulheres concordarão: não há vínculo mais forte do que aquele que você compartilha, embora nós desejemos com todo o nosso desejo que não fosse deste jeito.
Já que não podemos mudar as circunstancias que nos fizeram ficar juntos de todas as partes do mundo, nós compartilhamos o amor e suporte que veio das cinzas.
Loris Ennis está vivendo a vida onde quer que os Fuzileiros Navais a mande (marido)! Hoje, ela absorve o sol em Júpiter na Florida, com seu mini-me de seis anos, Luke, e sua diva, Golden Retriever, Dixie Belle. A confessa “bagunceira”, Lori é graduada em Comunicação, Psicologia e Educação e escreve várias publicações, incluindo a própria – Still Standing Magazine, uma revista para mães que lutam contra a infertilidade e/ou perderam filhos. Mas, principalmente, ela passa cada dia mais agradecida pelo melhor título do mundo – “Mamãe”. Ela é uma garota feliz e agradecida.
Olá bom dia!!
Como faço pra entrar nesse grupo?
Passei pela minha 5 perda.. estou devastada tem horas que me sinto bem mas na maioria das vezes só quero chorar e sumir!!! 😢😢😢