Demorei 4 anos para engravidar, já considerava que não seria mãe, pois apesar de não haver nada de errado com a gente não encontrávamos repostas sobre o motivo do positivo não chegar.
Até que ele chegou, na véspera do meu aniversário, de uma maneira inesperada, a alegria foi enorme!
O dia do primeiro ultrassom foi incrível, eu não via a hora de contar para as pessoas que escutamos o coraçãozinho e estava tudo certo até aquele momento. Contamos para a família, para os amigos, estava tudo tão bem e o pensamento era: finalmente chegou a minha hora!!!!
Com 12 semanas fui fazer o ultrassom, foi nesse dia que encontrei um abismo, um verdadeiro inferno. O médico diagnosticou muitas más-formações, possivelmente meu bebê tinha alguma alteração genética grave. Com 14 semanas outro ultrassom e o bebê já estava sem batimentos, era um aborto retido.
Nem sei dizer como eu estava, o tempo parece que passou de um jeito diferente pra mim, eu não conseguia me concentrar em nada, as tarefas mais simples ficaram tão difíceis.
No dia que completei 15 semanas me internei para indução seguida de curetagem.
Tudo é muito triste, a dor é enlouquecedora, mas quando passei pelo sofrimento físico não tinha muita noção do que ainda ia passar emocionalmente: luto, vazio, solidão (apesar de ter o apoio e o carinho de tantas pessoas queridas), incompreensão, injustiça, raiva, angústia, tristeza, dor… São tantos sentimentos misturados, são tantas expectativas que tiveram que ser abandonadas.
É o meu filho que não está mais comigo, o filho que eu não vi, não conheci, apenas ouvi o coração e tenho umas imagens de ultrassom. Processar esse luto é complicado. Parece que não somos autorizadas a vive-lo, as pessoas não sabem como reagir diante da gente, me resta sofrer, chorar, mas também ficar feliz porque por 14 semanas eu tive meu bebê comigo!
Pode passar o tempo que for, posso viver por muitos anos, posso até ter outros filhos, mas sempre me lembrarei desse todos os dias da minha vida, não importa mais o que me diga. Agora estou tentando silenciar as vozes externas, olhando pra dentro e me preocupando em retomar minha vida, na medida do possível.
Acho que tenho que viver a dor, sofrer e chorar e depois, quando me sentir pronta, recomeçar!
E recomecei em um dia que resolvi sentar para estudar, recomecei quando consegui passear com meus cachorros sem ter dor, recomecei quando consegui limpar minha casa, quando voltei a dirigir.
E sigo recomeçando a cada dia, esse processo é muito pessoal, não é igual para ninguém. Há dias em que os recomeços são mais fáceis e, em outros, insuportáveis. Nos dias insuportáveis, me permito viver a dor, ela vai passar e conforme ela vai passando é o amor que vai transbordando e preenchendo esse espaço.
Triste sua perda, meus sentimentos. Sei que a gente ouve muito isso que só o tempo cura… mas é a verdade. Estou em tratamento com Psicologa e me ajudou muito a entender muitos pensamentos e afastá-los e cada consulta e cada semana a dor esta diminuindo. REcomeçar é muito difícil mas você consegue!! Força à todas nós.
Obrigada pelo comentário… você tem razão. O tempo ajuda, cura, ameniza! E recomeçar vai ficando mais fácil a cada semana. Desejo paz, fé, amor e força pra você no seu recomeço. Um grande beijo.
Muito triste sua historia eu estou fazendo acompanhamento tive q me afastar do trabalho estou com crise de anciedades depressao pos parto esta tão dificil mas somos guerreiras…
Força Josi! Fé em Deus… isso nos dá forças para continuar. Um grande beijo.
Obrigada pelo comentário… você tem razão. O tempo ajuda, cura, ameniza! E recomeçar vai ficando mais fácil a cada semana. Desejo paz, fé, amor e força pra você no seu recomeço. Um grande beijo.