Sei o quanto nossos dias são carregados de sentimentos. Depois da partida do meu pequeno Arthur, convivo com o vazio mais profundo.
Estava correndo tudo bem com a gestação, porém lá no fundo algo estava me incomodando muito e até pensei em trocar de obstetra. Achei a médica um pouco indiferente, tudo era normal. Pedi algumas vezes para fazer ultrassom e os que fiz foram particulares. Pedi para fazer a morfológica e justamente naquela semana, ela disse que não tinha necessidade porque “eu era nova”. Na minha inocência, acreditei, mas se tivesse feito talvez meu anjo estivesse aqui comigo.
Com 28 semanas entrei em trabalho de parto. Era um domingo, acordei com um sentimento estranho e percebi que nesse dia meu pequeno mexeu pouco. O dia bem, mas na madrugada comecei a ter muitas contrações. Estava com dilatação total e meu Arthur não poderia nascer aqui na minha cidade, porque não tem UTI neonatal.
Foi quando apareceu um obstetra abençoado que brigou pela vida do meu pequeno, em vários hospitais, para conseguir uma vaga. Ele me acompanhou até a maternidade porque o meu filho corria o risco de nascer na ambulância. Eu estava com diabetes gestacional e minha pressão alterou também. Chegando lá, já fui para sala do pré-parto e ele veio ao mundo no dia 20 de fevereiro de 2017, pesando só 1,300 kg. Nasceu de parto normal e eu senti alegria em ter meu filho, meu primeiro, apesar de saber do risco que estávamos correndo.
Ficamos confiantes, mas um dia após o seu nascimento ele veio a óbito. Meu mundo caiu. Fiquei em choque. Parecia um pesadelo sem fim. Quis pegá-lo no colo, acariciar seu rosto por alguns minutos e creio que essa foi a minha despedida. Não tive condições de enterra-lo e agradeço meus cunhados por fazerem isso por nós.
Eu creio que os dias passam muito rápido, mas jamais vamos esquecer do meu Arthur. Seu quarto já estava pronto, eu voltei sem você para casa e hoje faz um ano e um mês, mas a dor é a mesma. Não sei o propósito, mas Deus sabe de todas as coisas e, mesmo assim, ainda confio muito nas promessas de Deus sobre minha vida. E, lá de cima, tenho um anjo lindo guardando por mim e pelo meu esposo, por isso devemos viver cada dia de uma vez. Sei bem a dor de todas nós, que o Senhor console nossos corações.
Eu tbmbtive a minha filha com 25 semanas e ela veio a óbito 46 dias depois… A dor sempre estará cmg, mas temos q confiar em Deus em todos os momentos, só Ele pra nós dar as repostas que precisamos. Bjos