Sou pai de um homenzarrão saudável de 19 anos. E também de outras duas criaturinhas (2017 e 2018), das quais, eu e minha esposa, nunca veremos os rostinhos… Só poderemos imaginar…
Chamo de criaturinhas num bom sentido, num tom um pouco mais alegre. Peço que não me critiquem, porque é a minha maneira de lidar com a situação.
Essas criaturinhas nos alegraram por pouco mais de um mês, pois minha esposa confirmou-se grávida com mais ou menos 3 semanas, nos dois casos.
Com 8 semanas de gestação eu já sonhava com a época em que estaria com meus bebês no colo. Fazíamos planos de passeios com a família aumentada, junto com o mano-véio (rsrsrsr).
Mas a vida nos prega peças e pode ser bem cruel. Ambos os sonhos foram interrompidos na 8ª semana de gestação e, coincidentemente, ambos no mês de abril (2017 e 2018, respectivamente).
Mesmo não tendo visto seus rostinhos, essas criaturinhas ficarão alegremente nas nossas memórias para sempre, com as imagens de seus coraçõezinhos batendo lá na tela do monitor da ultrassonografia.
Essas lembranças são tudo o que ameniza a tristeza, a saudade (sentimento válido sim, por que não?), a dor da perda, a frustração pelo fracasso e todos os demais sentimentos que sentimos na época e até hoje.
Aos críticos que leem este meu depoimento: sim, sou “apenas” o pai. Vocês têm razão. Não os carreguei no ventre. Não sei o que é ser mãe. Não sei o tamanho da dor da mãe deles. Mas sei o que é ser pai. E é tudo o que sei ser… E podem apostar que também dói. E dói pacas…
Obrigado aos que tiveram paciência de ler até aqui.
Vida que segue…
Da melhor maneira que pudermos…
E sem perder a esperança…