Minha filha, Frances, tem uma brincadeira favorita que brincamos juntas. Chama “Bebê no espelho” e nada mais é do que eu, ou seu pai, a segurarmos para que ela se enxergue no espelho. Ela é fascinada por seu reflexo e, ao mesmo tempo, fica ansiosa e também insegura do que seu bebê-espelho irá fazer em seguida. Eu conheço bem esse sentimento porque minha outra filha, Dorothy, também tem um espelho que eu assisto com saudade: seu nome é Patrick.
Patrick é o filho da minha amiga Lynn. Ela e eu crescemos juntas e fomos bem próximas por muito tempo. Ao longo dos anos, nossa amizade se enfraqueceu pela distância, mas o nosso vínculo foi tão forte que permaneceu intacto. Quando eu estava grávida de Dorothy, Lynn estava grávida de Patrick. Ela estava esperando seu bebê para março e meu bebê estava previsto para abril. Entramos em contato uma com a outra durante nossas gravidezes, maravilhadas com a proximidade de idade dos nossos bebês. Poucas semanas os separariam. Foi bom estar ligada a ela novamente e lembro-me de pensar que era tudo por causa de nossos bebês. Eu nunca imaginei o quão conectados nossos bebês se tornariam.
Dorothy nasceu morta em 22 de fevereiro. Descobri, uma semana depois, que Patrick nasceu no mesmo dia. Até aquele momento, eu estava em estado de choque. Houve momentos em que chorei, mas passei a maior parte dos meus dias entorpecida e evitando os sentimentos. O nascimento de Patrick despertou em mim meu primeiro ataque emocional. De repente, me vi sentindo raiva, com o coração partido, devastada, curiosa e exultante. Ali estava esse garotinho, ligado a uma pessoa que eu me importo profundamente, que seria um lembrete constante da minha garotinha.
As redes sociais de Lynn rapidamente se encheram de parabéns e os melhores desejos para seu novo bebê e de fotos de seus preciosos primeiros dias de vida. Toda vez que uma foto ou “parabéns” aparecia, meu coração, já frágil, doía um pouco mais. Cada momento de sua vida era um reflexo da vida que eu não poderia ter. Patrick voltando do hospital da maneira que Dorothy nunca fez. Patrick celebrando datas comemorativas que Dorothy nunca conhecerá. Patrick sendo mimado pela família e amigos que iam conhecê-lo, como a família e os amigos de Dorothy nunca a conhecerão. Cada um desses momentos me fez sentir mais despedaçada. Eu queria fingir que não via. Eu queria esconder Lynn e Patrick da minha vida. Mas eu não pude.
Eu continuei vendo Patrick crescer e acompanhando marcos que eu sabia que nunca aconteceriam para Dorothy. Foi doloroso, mas com o tempo eu encontrei minha dor misturada com outra emoção. Eu realmente me senti um pouco feliz em ver Patrick crescendo e se desenvolvendo. Isso não fez nenhum sentido para mim. Eu tentei negar esse pouquinho de alegria porque parecia uma traição. Como eu poderia me sentir feliz com esse bebê que fez seus primeiros sons no dia em que minha filha chegou em silêncio? Para ser completamente honesta, ainda não sei de onde vem essa alegria. A única coisa que me está claro é: enquanto Patrick existir neste mundo, ele será a lembrança viva da minha Dorothy.
Para mim, a vida de Patrick é um reflexo da vida que minha filha poderia estar vivendo. Nunca deixará de ser injusto que Patrick esteja aqui e Dorothy não esteja. Eu os queria aqui neste mundo juntos. Mas eu não posso ter isso. Eu nunca vou ter a chance de ver Dorothy crescer neste mundo, mas eu posso assistir ao Patrick. Quando Patrick deu seus primeiros passos, imaginei Dorothy fazendo o mesmo. Quando Patrick foi para a pré-escola, pude imaginar Dorothy bem ali com ele. Cada um dos aniversários de Patrick me permitirá sonhar com as festas que eu planejaria para Dorothy. Quando me pergunto o que Dorothy poderia estar fazendo, posso olhar para o espelho dela como minha resposta.
É doloroso olhar para a vida de outra criança e ver todos os meus sonhos e o que meramente se refletiu de volta para mim. Eu gostaria de poder ser como Alice no País das Maravilhas e passar para o outro lado do espelho, onde eu poderia viver uma vida com Dorothy. Mas assim como Alice, esse mundo dos espelhos está apenas nos meus sonhos. Mas quando meus sonhos não são suficientes para alimentar minha alma, o bebê espelho de Dorothy me dá um olhar mais profundo em um mundo que deveria ter sido e que sempre viverá em meu amor por ela.
Tenho meu bebê espelho também, da minha melhor amiga, diferença de tempo de gravidez, 1 semana. para ajudar ele é nosso afilhado.
Tenho dois bebês espelho, de duas mulheres do meu serviços que engravidamos bem próximo, e quando os vejo tanto por foto ou pessoalmente, tenho vontade de chorar, porque minha filha nasceu e viveu três dias apenas, olho eles e penso nela, só Deus pra me dar forças. ..
Também tenho esses bebés na minha vida… Uns mais próximos de mim do que outros… Mas são todos família ou amigos… Vê-los crescer faz constatar td o que queríamos ter e que não poderá voltar alimentará a nossa saudade… Mas não será tão bom alimentar a saudade de sorrisos, vida, conquistas e felicidade? Estes bebés são sempre um. suporte para nos permitir idealizar pensar imaginar e sonhar como seriam os nossos bebés a cada fase da vida… E isso só fará a nossa estrela brilhar mais forte e o nosso coração se encher de ternura e amor. A minha Juliana é e será sp a minha princesa encantada… A minha eterna bebé. Love you my little Angel.