Vou falar hoje de um tema que ninguém fala, e que é tabu. Justamente por isso, podem ter opiniões divergentes da minha, entretanto, ainda assim, quero falar um pouco sobre isso.
Falam para nós: quando você ficar grávida só conte após os 3 meses, pois assim ninguém ficará sabendo caso você perca o bebê.
Assim, milhares de mulheres guardam o segredo da gravidez nos 3 primeiros meses, e claro que a maioria acaba tendo a alegria de carregar o seu filho no colo, mas outras, infelizmente, o perdem no meio do caminho.
E o pior, o número de abortos não é tão pequeno quanto se imagina.
Embora não se tenham dados concretos sobre os casos, de acordo com os especialistas, estima-se que o aborto espontâneo “atinja cerca de 15% a 20% das gestações até a 22ª semana”. Após este período, ele é considerado aborto tardio (Fonte: G1).
Assim, muitas mulheres sofrem abortos espontâneos diariamente.
E a dor é enorme, inimaginável. Perder um filho vai de encontro à lei da vida de que devemos enterrar os nossos pais, e não os nossos filhos.
E é uma dor silenciosa.
Esse silêncio faz com que essa mulher que já está passando talvez pelo pior momento da sua vida, sofra muito mais do que se tivesse repartido a alegria e depois a sua dor. Isso porque quando conversamos sobre o assunto, mesmo com lágrimas nos olhos, podemos processar o que aconteceu e vivenciar o luto.
O luto pelo aborto não precisa ser secreto. Os acontecimentos do aborto espontâneo precisam ser repartidos, suportados com uma rede de apoio. Claro que algumas pessoas preferem manter o silêncio, e se esta é uma forma pessoal de superação, não há nada errado com isso. O problema é quando viver a dor psicológica do aborto sozinha, em silêncio, só traz mais dor e sofrimento e não ajuda na compreensão da perda. Afinal, somente para a morte não temos solução.
E é aí que a atuação do profissional de saúde, juntamente com a família e amigos, pode se tornar uma luz ou a completa escuridão.
É preciso falar sobre o assunto, é preciso ter empatia com o próximo e entender o momento difícil. Mas como entender se nem se sabe o sofrimento que é? Através do diálogo e de palavras amigas.
Se a mãe que presenciou o luto da perda repartir esta dor com as pessoas, ela pode trazer informações importantes para todos, como por exemplo:
- não fale que eu nem queria o bebê, e por isso a minha perda foi menos dolorosa;
- não fale que era só um emaranhado de células, que nem era um bebê ainda, e que por isso não se deve sofrer tanto;
- não fale que outro vai substituir esta perda. Outro não substitui, embora possa ajudar a superar o luto;
- respeite o fato de eu não querer falar de crianças ou bebês no momento, ou ver uma mulher grávida. É uma fase de luto e vai passar, mas tem que ser respeitada.
Estas palavras foram extraídas de mães que sofreram o luto do aborto e compartilharam seus sentimentos. São palavras de aprendizado, que nos ensina a ter tato e consideração.
O profissional da saúde precisa estar especialmente preparado para lidar com situações de perdas e lutos. Com o aborto gestacional não é diferente. Um membro da família se foi, amado, querido. Tudo que a família precisa neste momento é acolhimento.
Vale dizer ainda que o corpo da mulher, mesmo algum período após o aborto, ainda está inundado de hormônios da gravidez, tornando a depressão “pós-parto” algo possível. Portanto, as pessoas à sua volta devem atentar para a possibilidade de acompanhamento psicológico, caso identifique a necessidade.
Ocorre que (aqui já adentrando no campo jurídico), muitas vezes as mulheres encontram, em um momento já fragilizado, atitudes que configuram violência obstétrica.
Sim, a violência obstétrica pode ocorrer na gestação, parto, pós-parto ou aborto.
E o pior: por termos uma cultura que não fala sobre o aborto, a sua dor, o seu luto, muitas mulheres sequer sabem que sofreram tal violência, e carregam este trauma por uma vida inteira, às vezes de maneira silenciosa.
Já é muito difícil para uma mulher que sofre, por exemplo, um aborto retido, e que precisa de curetagem, se internar em uma maternidade toda decorada com fotos de bebês, com mães sorrindo, choros de recém-nascidos. Só isso já é uma tortura imensa.
Assim, os profissionais de saúde precisam estar preparados para acolher, e não violar ainda mais os direitos desta mulher.
Portanto, algumas ações podem ser melhoradas para que o acolhimento seja feito, e que o trauma que a mulher já está passando não se estenda além do necessário. O profissional não pode trazer o bebê de volta, mas ele pode acolher sem praticar violência obstétrica. E isso pode fazer toda a diferença na recuperação:
- Tomar cuidado com a forma que a notícia é trazida para a mulher e sua família. Saber que o bebê não é viável e que se está em processo de abortamento é muito difícil e já é um susto. Dê a notícia da forma mais leve possível;
- Amenize a dor física sempre que possível. A mulher está assustada, com medo, dor, muitas vezes sangrando e ainda em estado psicológico abalado. Medique-a se possível, amenize a sua dor física, acolha e não peça para ela não chorar, ou gritar;
- Somente indique jejum se necessário. Jejum prolongado e desnecessário é uma forma de violência obstétrica;
- Use linguagem adequada. Não deboche, não seja grosseiro (a), não faça piadas, não culpe a mulher pela situação de abortamento;
- Respeite o direito a um acompanhante. A Lei 11.108/2005 dá direito às parturientes a um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato. Tendo em vista que a gestante em processo de aborto está sob todos os efeitos da gravidez, entendo que o termo “parturiente” deve ser interpretado de forma ampliativa, a abarcar também as gestantes em processo de aborto e com isso sempre conceder o direito a acompanhante. Além disso, alguns Estados, como São Paulo, já garantem o direito a acompanhante (Lei Estadual 10.241/1999).
- Respeite o bebê. Embora para você ou até mesmo cientificamente ele seja só um feto, e não um ser humano, para quem o perdeu ele consistia em uma vida inteira. Respeite-o, cuide dele e faça os procedimentos adequados para que a perda possa ser avaliada por profissionais, minimizando os riscos de ela ocorrer novamente;
- Informe-se do caso antes de entrar no quarto da paciente. Leia o prontuário e converse com os profissionais que a atenderam anteriormente. Informações desencontradas só trazem mais sofrimento. São exemplos: Informar à paciente que ela precisará de uma curetagem, pois o processo de expulsão não foi completo (quando na verdade foi, e ela não precisava de curetagem), desejar “uma boa hora” à paciente por não ter entendido que ela estava lá para abortar, e não para parir.
Muito se fala em violência obstétrica na gestação, parto e pós-parto, mas pouco se fala dela no aborto, e por isso muitas mulheres acabam não entendendo a situação pela qual passaram e nem têm forças para fazer valer os seus direitos, devido ao momento tão delicado.
É preciso mudar a nossa cultura de não falar sobre o aborto, de não acolher a mulher em luto, menosprezando-o.
Por isso, profissionais da saúde, peço que vocês abracem esta causa e cuidem bem de nós.
Excelente matéria. Muito bom o texto.
Sou pai de um homenzarrão saudável de 19 anos. E também de outras duas criaturinhas (2017 e 2018), as quais, eu e minha esposa, nunca veremos seus rostinhos…
Chamo de criaturinhas mas num bom sentido, num tom um pouco mais alegre. Peço que não me critiquem… É a minha maneira de lidar com a situação.
Essas criaturinhas nos alegraram por pouco mais de um mês, pois minha esposa confirmou-se grávida após +/- 3 semanas em cada um dos casos…
Com 8 semanas de gestação eu já sonhava com a época em que estaria com meus bebês no colo. Fazíamos planos de
passeios com a família aumentada, junto com o mano-véio (rsrsrsr)…
Mas a vida nos prega peças e pode ser bem cruel… Ambos os sonhos foram interrompidos na 8ª semana de gestação e, coincidentemente, ambos no mês de abril (2017 e 2018, respectivamente).
Mesmo não tendo visto seus rostinhos, essas criaturinhas ficarão alegremente na nossas memórias para sempre com as imagens de seus coraçõezinhos batendo lá na tela do monitor da ultrassonografia.
Essas lembranças são tudo o que ameniza a tristeza, a saudade (sentimento válido, sim, por que não?), a dor da perda, frustração pelo fracasso e todos os demais sentimentos que senti e sinto até hoje.
Aos críticos que lêem este meu depoimento: sim, sou “apenas” o pai. Vocês tem razão. Não carreguei-os no ventre. Não sei o que é ser mãe. Mas sei o que é ser pai.. E é tudo o que sei ser… E podem apostar que também dói. E dói pacas…
Obrigado aos que tiveram a paciência de ler até aqui.
Vida que segue… Da melhor maneira que pudermos. E sem perder a esperança.
Infelizmente nem consegui ouvir seu coraçãozinho batendo,mas já era meu amorzinho.
Infelizmente não pude saber se era menino ou menina.
Infelizmente nem conseguimos escolher seu nome.
Infelizmente não pude sentir ele/ela se mexendo.
Infelizmente não pude saber como seria sua carinha.
Infelizmente não vou conseguir comemorar esse dia das mães como mãe de primeira viagem.
Infelizmente nesse final de semana nos separamos.
Olá! Já passei por aborto espontâneo! Meu Deus como sofri! Mas hoje pela graça de Deus tenho meu bebê nos braços e saudavel! Eu consegui! Foram 9 meses de gestação tensa! Não consegui curtir! Relaxar! Afinal o medo tomava conta de mim! Mas eu consegui! Eu venci! Vc tb vai conseguir e eu tenho certeza! Fique com Deus e força pra vc nesse momento! Um forte abraço
Nossa Pai!!! Que lindo! Que pai lindo vc é , deixo aqui minha admiração..muita força p vcs, sou uma mãezinha que conhece bem esse mudinho da perda…que Deus nos ilumine .um forte abraço
Eu acabei de passar por um aborto espontâneo. E meu marido foi um super pai sofreu tanto quanto eu. Choramos juntos, fomos juntos para o hospital para fazer a curetagem, ficou o tempo todo comigo. Antes fizemos vários planos juntos, sonhamos juntos. Portanto foi muita dor tanto para mim quanto para ele. Ser pai neste momento e tudo, pois a mãe precisa da presença do pai, para amenizar um pouco a dor.
Infelizmente perdi meu bebê, tive aborto retido , no dia 19/04 vi meu bebê na ultrason estáva de 7s e 5 dias foi emocionante ouvir seu coraçãozinho batendo, nossa felicidade estava completa. Alguns dias depois comecei a passar mal, procurei atendimento diversas vezes e ouvi:” seu bebê está bem.” “isso é normal na gravidez”.
Mas não era e perdi meu bebê, hoje minha princessinha está no céu sempre senti que era uma menininha..
Vou amar pra sempre!!!
Infelizmente não vou poder te tocar.
Não vou poder te abraçar, sentir seu cheirinho.
Infelizmente não vou poder te cuidar, te sentir.
Mas sempre vou te amar meu anjinho!!!
Papai e o mano tbm sempre vão te amar meu anjinho!!!!
Matéria muito boa!
Realmente o aborto é um tabu. Vivi isso após ter tido 3 filhos saudáveis.
Eu mesma negligenciei minha dor no momento do aborto pq não aceitava que tendo filhos eu teria o direito de sofrer pela perda. Que pensamento mais insano!!
Acredito que tenha sofrido violência obstétrica devido a maneira em que fui tratada no hospital, pois após a perda e um pedido de atestado (não fazia ideia de como seriam os dias após o aborto), ouvi da médica: “é só colocar um absorvente e vida normal”.
A fragilidade naquele momento não me permitiu responder ou perceber, mas lembrando de cada detalhe vejo como o hospital (bem conceituado em SP) ainda não está preparado para estes casos.
Pude conviver com o meu bebê por 6 semanas, momentos de muita felicidade, insegurança e por último, sofrimento… a notícia de um aborto retido semanas após ter escutado o coração batendo! Descobrimos a perda no dia 12/06.
O vazio no coração, uma angústia no peito e no meu útero ainda havia um embrião, sem vida… esperar ou fazer curetagem? No primeiro momento esperei, tive cólicas, sangramento, mas não expeli. Com o psicológico bem abalado, achei melhor partir para curetagem, imaginava que fosse mais fácil lhe dar com a situação após a confirmação do aborto… mas não foi! Desde o dia da minha internação, 19/06, tenho passado por dias que me sinto melhor e outros que me encontro em profunda tristeza! Em nenhum momento questiono as decisões de Deus na minha vida, mas não consigo ignorar o luto e por varios momentos eu me canso de tentar mostrar para as pessoas que estou bem, que a vida continua! A vida continua sim, mas tenho o direito de viver a minha perda! Em alguns momentos me sinto sozinha, mesmo tendo marido e família dando apoio e acredito que em partes tenha haver com o que foi dito na matéria, a necessidade de escondermos isso das outras pessoas.
Verdade. Faço as minhas palavras a sua. TB…perdi meu bebê no dia 20/011/2018. Como está sendo difícil…a gente tenta não ficar triste. Muitas vezes se sente sozinha.
Tenho um filho de 15 anos e hj faz 3 dias que tive um aborto retido com 11 semanas de gestação. Nunca pensei em passar por isso, imaginava passar por outras coisas, por outros problemas, mas nunca por um aborto, principalmente pq ja tive uma gestação saudável.
Saber que temos ainda em nosso ventre nosso bebê tão planejado, amado e esperado sem vida é uma dor cruel, acho que tive “sorte” de ter sido rápido para o meu corpo expelir, aconteceu tudo no mesmo dia, sangramento, cólica, ultra confirmando que não havia batimentos, contrações e por fim, saiu o saco gestacional inteiro, confesso que quando vi que tinha saído tive dois pensamentos, o de alívio pelas dores terem acabado e o de tristeza pelo sonho ter realmente terminado.
Eu sou umas das mães que preciso falar sobre isso, preciso falar dos detalhes, preciso vivenciar o luto para assimilar tudo na minha cabeça.
Os dias são difíceis, ver que tudo lá fora está normal e saber que a minha vida vai seguir tb é difícil.
Tem horas de felicidade, horas normais, e tem horas que eu tenho vontade de me isolar do mundo e chorar.
No meu caso a minha religião me ajudou muito a entender os possíveis motivos espirituais e acho até que me preparou para esse momento, porém, mesmo com esse entendimento é difícil demais.
Para todos as mães e pais que tb passaram por isso, tenha força e não perca a fé.
Eu tive uma experiência muito dolorosa há 6 meses, além de perder no início da gestação, me vi sozinha pois meu namorado não teve nenhuma humanidade comigo num momento tão difícil, sozinha com o mundo desabado sobre minha cabeça. Não vivi o luto e a dor do abandono, joguei em baixo do tapete, reprimi a dor ( a maior da minha vida até hoje) e agora me vejo aqui, sem saber o que fazer com tudo isso.
Se alguém tiver alguma dica, receberei ansiosa e grata pois só quem já passou por isso sabe o tamanho. Meu WhatsApp 11 983026235
Gostaria muito de poder conversar sobre .
Gratidão
Oi Luana! Sinto muito que tenha vivido essa dor tão sozinha… Vem participar do nosso grupo fechado no Facebook para conversar com outras pessoas que viveram a dor de perder um bebê: https://www.facebook.com/groups/gruposobreviver/ Um beijo!
Oi Luana, boa noite!…
Sei que algum tempo já passou de sua postagem, mas como estou lendo agora por ter acabado de passar por um aborto espontâneo retido, senti em meu coração a vontade em te escrever.
Sou cristã, e creio que Papai do Céu está no controle de TUDO em minha vida. Vc não está sozinha, ainda que pareça! Ainda que não entendamos, tudo tem um porque. A vontade de Deus é sempre boa, perfeita e agradável. Que Ele te fortaleça a cada dia, e que venha a te consolar, dando a paz que excede todo e qualquer entendimento! Deus te abençoe…
Boa noite!
Acabei de passar pela terceira vez a experiência mais dolorosa possível pra uma mãe, que é perder seu bb.
Meu terceiro aborto aconteceu 12/08/2019, hoje me sinto a mulher mais incapaz desse mundo, ouvi o coração dele batendo sentir que dessa vez tudo daria certo mais infelizmente não deu, meu José estava com 13 semanas e já era amado incondicionalmente, hj estou sem chão
Sem palavras
Sem nada, mais creio que Deus vai me ajudar a passar por mais essa dificuldade.
Boa tarde!
Hoje faz 4 dias que fiz uma curetagem (amiu), descobri que meu bebê tão sonhado, não havia evoluído, nomenclatura que não acho adequada isso no dia 24/07/2019, ficamos sem chão todas nós que passamos por isso, tentei expelir sozinha, tentei 30 dias incansáveis doloridos e solitários dias, pois não adianta neste momento a solidão é maior, não consegui e tive que ir p maternidade, outra dor. Agora estou aqui pensando como será queria demais meu bebê, já estou c 41 anos e mta dor.
Nossa vai fazer 2 que tive um aborto retido e agora lendo essa materia percebi que passei por toda essa violencia e nem me dei conta.
Quando perdi meu bebe me deixaram mais de 10 hoas sem me alimentar me deixaram sozinha sem poder ter minha acompanhante do lado que no caso estava do lado de fora e enquanto isso eu sozinha ali só me perguntava o que eu tinha feito de errado.A unica pessoa no hospital em que vi compaixão foi na enfemeira qe me fez uma ultra pq a Dra responsavel por mim na hora em que recebi alta me deu um atestatado de 3 dias e eu expliquei que eu trabalhava com o publico e não teria condição de esta tabalhando mas ela me disse que não era nada pq bb nem existia de fato pq eu so tinha 2 meses de gestação sendo que pa uma mãe agente ja ama aparti o primeiro positivo e que era otimo eu fica de pé e me comunicando com as pessoas . Ai não consegui trabalha e perdi o emprego mas o pior e cara das pessoas olhando pra mim com se eu fossse culpada ou que eu tivesse provocado aquilo..São coisas que as pessoas praticam até mesmo sem perceber que e julgar sem conhecer a historia a fundo, eu penso que a mulher que sofe uma perda gestacional não pecisa de dedo nenhum em sua direção apontando que ela esta errada pq ela mesmo se sabota sem querer se culpa se julga sendo que ela e seu bebezinho são só vitimas.
Parabens pela materia esclareceu muita coisa pra mim que mesmo dps de quase 2 anos ainda fico lembrando diariamente e tentando me reerguer…
Descobri minha gravidez dia 18.01.20. Foi o momento mais feliz da minha vida. Meu marido e eu estávamos tentando há 6 meses e finalmente fomos abençoados.
Fiz o ultrassom dia 07.02.20 onde o médico me disse que eu estava de 5 sem e 6 dias, mas provavelmente ao exame precoce, não foi possível visualizar o embrião, apenas o saco gestacional. Fiquei tranquila até aí, porém no dia seguinte tive um sangramento meio marrom mas achei que era devido ao exame.
Quando retornei ao meu médico, ele disse que já deveria ter aparecido mais estruturas no ultra e combinado à minha dosagem do bhcg e ao sangramento, não era um bom sinal, mas pra confiar em Deus que Ele sabe de todos os planos.
Meu primeiro beta dia 18.01 deu 589
O segundo dia 21.01 deu 736
O terceiro 30.01 deu 3260
O quarto dia 10.02 deu 4999
Estava subindo, mas não estava alto como o esperado e nem dobrando a cada 48h como normalmente acontece.
Eu saí do consultório muito triste, com o medo rondando.
No dia 14.02 eu tive outro sangramento, já mais vivo e em uma quantidade maior que o primeiro.
No dia 15.02 fiz outro beta, e diminuiu para 4018.
Então já sabia que meu embrião não havia se desenvolvido e que estava evoluindo para perda.
Foi o que aconteceu, o sangramento não parou mais depois desse dia e estou até hoje 20.02 com o sangramento.
A dor emocional é imensa, nem se compara à dor física que estou sentindo agora que meu corpo está expulsando.
Pois desde o momento que descobrimos da gravidez, já nasce um amor, já criamos expectativas e esse sentimento dói quando interrompe um sonho tão lindo.
Mas sigo com fé.
Pedi muito à Deus para me dar a aceitação e o conforto que tanto precisávamos e Ele nos deu.
Estamos confiantes nos planos de Deus. Rezando agora para que meu corpo elimine tudo de forma natural e rezando ainda mais pra que em pouco tempo, Deus nos conceda a graça de uma nova gestação, e essa perfeita, pra daqui uns meses estar com meu tão sonhado bebê nos braços.
A dor é grande e não vou esquecer nunca, mas me agarro na minha fé, entrego minha vida ao Pai, e com isso, consigo descansar Nele.
Tenhamos fé meninas e papais. Logo o Senhor nos abençoará com o nosso milagre!!!!
Olá , tive infelizmente um aborto espontâneo na 8 semana de gravides , isso foi dia 28/05 ainda estou tentado assimilar tudo isso , a dor é inexplicável , a gente faz planos , sonha , vive aquele momento magico e de repente esse sonho é interrompido. Não estou sabendo lidar com essa situação está muito difícil , as dores físicas e emocionais são horríveis. Fico me perguntado o porque ? Quando vou ter esse sonho realizado , quando essa dor vai passar , fica na cabeça um monte de questionamentos e pior de tudo sem respostas ….Estou tentando pensar positivo , coisas boas mais tá difícil . Já tive em 2016 um gravides ectópica e esse ano um aborto espontâneo é muito difícil essa situação . Não sei como vai se eu conseguir engravidar novamente , pois li relatos que a tensão vai ser do inicio ao fim , se chegar ao fim dos nove meses de gestação . Como lidar com isso , meu Deus com doí , a família os amigos o marido nós dão apoio , porem não estou conseguindo ver o lado positivo no momento dentro de mim só tem tristeza e dor .
Estou passando por isso, acabei de ter um aborto espontanêo com 8 semanas, tenho uma filha de 13 anos já, descobri na véspera de natal, não era planejado nem desejado no momento mas depois do susto da noticia já me via mãe novamente, meu corpo começõu a mudar, seios inchados, roupas apertadas e com isso um amor sem tamanho, falava com ele/ela antes de dormir, fazia planos e derrepente um vazio, ver no meio de todo aquele sangramento o saco gestacional ue seria meu filho na palma da minha mão, aquilo me destruiu, pedi tanto pra que não fosse real, que fosse coisa da minha cabeça, mas no dia seguinte após um utrassom vi que aquilo era sim meu bebê, que não podia fazer mais nada, que havia perdido ele, estou tão desolada, tento fingir que está tudo bem ,as tem oras que não consigo. As pessoas parecem não entender sua dor, e isso machuca ainda mais.
Infelizmente fazem apenas 4 dias que perdi meu bebê com 4 meses de gestação… Ainda é tudo muito doloroso, e lendo esse post me indentifiquei muito, passei por uma curetagem e após toda a hemorragia, curetagem e toda a exposição fui levada a um quarto cheio de mamães com seus bebês, ali eu era a única que havia perdido o filho… Ao olhar pros lados e ver tantos bebês o choro rolou solto e intenso por um bom tempo… Infelizmente essa é uma realidade… Realidade que nunca imaginei viver, mas infelizmente vivi…
Estou passando por um misto de confusão, sensação de incapacidade, dor emocional (porque a fisica eu já me acostumei).
Tenho 37 anos, tive meu primeiro aborto há 10 meses , onde eu estava de 8 semanas e foi espontâneo, após fazer US e ouvir tb os batimentos. Nesse momento eu nao tive muito acolhimento por parte do meu parceiro, ele estava viajando longe à trabalho e, afinal de contas, para ele foi algo totalmente inesperado. E nessa hora experimentei um misto de solidão e tristeza.
Tive meu segundo aborto há 3 dias. Estava de 13 semanas quando fizemos o US e nao havia batimento cardíaco fetal.
Fiquei sem chão, pois haviamos planos de contar aos familiares próximos (diante do medo de ter novamente um aborto). Tive que esperar por 4 semanas, conforme a orientação da minha médica, para que houvesse a “conduta expectante” ou a necessidade de internação para procedimento. Nos ultimos dias começei a ter dores e a sangrar. Não aguentei e tive que me hospitalizar para a aplicação da medicação, pois o saco gestacional ja estava quase sendo expelido. Ficamos por algumas horas no centro obstétrico, onde agradeço pela forma confortante pela qual fui atendida e tb agradecida por nao encontrar nenhuma partuniente pelo caminho. Foram dois dias muitos dolorosos, que acarretaram em 15 dias de atestado.
Agora é “seguir” em frente, que se torna muito facil em palavras!.
Que a fé e o pensamento positivo diante da vida nunca não falte.